LRF: Resumo da Lei de Responsabilidade Fiscal
O que é a LRF Lei de Responsabilidade Fiscal?
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece um conjunto de normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações para prevenir riscos e corrigir desvios que possam afetar o equilíbrio das contas públicas.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar Nº 101/2000), também conhecida como LRF, é a lei que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
Em conjunto com as Leis de Transparência, a Lei de Responsabilidade Fiscal, ajuda os municípios a ter uma gestão mais eficiente, e a um melhor controle financeiro.
Segundo o site do Tesouro Nacional, a LRF foi inspirada em modelos que se mostraram eficientes na administração transparente das contas públicas, assim como a dos Estados Unidos e da Nova Zelândia.
É integralmente vinculada ao Poder Executivo, seja qual for esfera for de sua competência (nacional, estadual ou municipal). Dessa forma, o descumprimento da LRF pode acarretar em sanções, multas e penalidades na esfera administrativa. Nesse sentido, enquadra-se a infração como:
1) Improbidade administrativa, que determina uma ação ilegal referente ao enriquecimento ilícito através do dinheiro público. Nesse caso o gestor (como governador ou prefeito) poderá perder seus direitos políticos até ter de devolver os valores desviados do ente federativo.
2) Crime de responsabilidade fiscal, cernido por toda prática que descumpra as diretrizes da Lei de Responsabilidade Fiscal. Nesse caso o administrador pode ter seu mandato e direitos políticos cassados.
LRF Resumo da Lei de Responsabilidade Fiscal
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) institui um conjunto de diretrizes para as finanças governamentais focadas na prudência na administração fiscal, por meio de iniciativas para evitar perigos e ajustar discrepâncias que possam comprometer a harmonia das finanças do setor público.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é uma legislação brasileira promulgada em 2000 com o propósito de estabelecer regras e princípios para a gestão fiscal responsável no âmbito das esferas governamentais, ou seja, União, estados, municípios e Distrito Federal.
Seus principais objetivos incluem promover a transparência nas contas públicas, disciplinar o gasto público, limitar o endividamento do setor público, estabelecer metas fiscais a serem cumpridas e fiscalizar o cumprimento dessas metas.
A LRF busca, assim, garantir o equilíbrio fiscal, a responsabilidade na administração pública e a estabilidade econômica, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país.
A legislação estabelece regras rígidas para o controle das despesas e receitas governamentais, bem como mecanismos de acompanhamento e punições para o descumprimento de suas diretrizes, visando a prevenir crises fiscais e promover uma gestão pública mais responsável.
Para que serve a LRF?
Você está familiarizado com a finalidade da Lei de Responsabilidade Fiscal?
Conhecida como Lei Complementar nº 101, a LRF visa regular os gastos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, alinhando-os à capacidade de arrecadação de receitas pelo Poder Público.
Essa legislação tem o propósito de aumentar a transparência dos gastos públicos, introduzindo inovações na área de Contabilidade Pública e na Execução Orçamentária-Financeira. Ela impõe limites às despesas e ao endividamento público.
Também define metas fiscais, incentivando os governantes a gerir e planejar as receitas e despesas de forma a prevenir ou corrigir desvios que possam afetar o cumprimento dessas metas.
O artigo inicial da Lei de Responsabilidade Fiscal estipula normas para a gestão fiscal responsável das finanças públicas.
A intenção por trás da LRF é estabelecer um conjunto de regras que discipline as finanças públicas, promovendo uma gestão fiscal mais responsável.
Mas o que significa ter uma “gestão fiscal mais responsável”?
Segundo Augustinho Paulo, alcançar uma gestão fiscal mais responsável para o Poder Público exige direcionar o comportamento dos gestores públicos através da imposição de regras e limites para as finanças públicas, aplicando penalidades em caso de descumprimento.
Dessa forma, a Lei de Responsabilidade Fiscal atua como um código de conduta para os Administradores Públicos, visando o equilíbrio das finanças públicas e maior transparência nos gastos públicos.
Portanto, o equilíbrio fiscal constitui o objetivo primordial da Lei, alcançado por meio de restrições ao aumento da despesa pública, além da definição de limites para endividamentos e gastos com pessoal.
A LRF se fundamenta em princípios como:
- Planejamento;
- Controle;
- Equilíbrio das contas públicas;
- Transparência;
- Responsabilidade.
Âmbito de Aplicação da LRF
Conforme o § 2° da LRF, ela se aplica à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Portanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe obrigações a todos os Entes Federativos.
Resumo sobre Receita Corrente Líquida na LRF
Um aspecto importante mencionado na LRF refere-se à Receita Corrente Líquida. Você sabe o que isso significa?
A Receita Corrente Líquida é o total de Receitas Correntes após certas deduções.
E o que são Receitas Correntes?
São as Receitas Obrigatórias (Tributos e Contribuições) do Poder Público, incluindo receitas de atividades estatais (Industriais, Agropecuárias, ou de Prestação de Serviços), Receitas da exploração patrimonial, Receitas de transferências para cobrir despesas correntes, e outras Receitas Correntes.
As Receitas Correntes incluem:
- Receitas Tributárias (Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria);
- Receita de Contribuições;
- Receita Patrimonial;
- Receita de Serviços;
- Receita Industrial;
- Receita Agropecuária;
- Transferências Correntes;
- Outras Receitas Correntes.
Após somar todas essas Receitas, obtém-se a Receita Corrente Bruta. A partir dela, realiza-se deduções para chegar à Receita Corrente Líquida. Você sabe quais são essas deduções?
Para a União, deduz-se:
- Valores transferidos aos Estados e Municípios conforme a Constituição Federal ou leis específicas;
- Contribuições do empregador, empresa e entidades equiparadas sobre a folha de salários e outros rendimentos do trabalho;
- Contribuições dos trabalhadores e de outros segurados, com alíquotas progressivas conforme o salário de contribuição;
- Contribuições do PASEP e do PIS;
- Contribuições dos servidores para o custeio de seu sistema de previdência e assistência social;
- Valores de compensação financeira.
Para os Estados, deduz-se:
- Valores transferidos aos Municípios conforme a Constituição Federal;
- Contribuições dos servidores para o custeio de seu sistema de previdência e assistência social;
- Valores de compensação financeira.
E para os Municípios, deduz-se:
- Contribuições dos servidores para o custeio de seu sistema de previdência e assistência social;
- Valores de compensação financeira.
Adicionalmente, a LRF estipula que “a receita corrente líquida será calculada somando-se as receitas arrecadadas no mês em questão e nos onze meses anteriores, excluindo-se as duplicidades”.
O que é uma Lei Complementar?
É chamada de lei complementar um tipo de lei cuja finalidade é regulamentar norma prevista na Constituição Federal. Assim, só é preciso elaborar uma lei complementar quando a Constituição prevê que esse tipo de lei é necessária para regulamentar uma certa matéria. A lei complementar surge ao mesmo tempo em que se consolidam as constituições escritas.
O projeto de lei complementar só pode ser aprovado caso conquiste a maioria absoluta dos votos das duas Casas do Congresso (41 senadores e 257 deputados). A votação no Senado é feita em turno único, mas na Câmara realiza-se em dois turnos. Podem propor tal espécie de lei o presidente da república, deputados, senadores, comissões da Câmara, do Senado e do Congresso, bem como o Supremo Tribunal Federal (STF), tribunais superiores, procurador-geral da república e, finalmente, por cidadãos comuns. Uma vez constituídas, as leis complementares só podem ser alteradas e revogadas por outra lei complementar.
A lei complementar serve também para fixar normas para a cooperação entre a união, os estados, o Distrito Federal e os municípios, conforme a constituição.
Quais são os objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal?
Há uma série de objetivos findados na LRF que demonstram sua importância na gestão pública financeira da União, estados e municípios. É através das disposições presentes na Lei que torna-se possível uma administração de recursos mais eficiente, a passagem de cargos eletivos sem dívidas para o futuro administrador e muito mais, tais quais:
- Conseguir fontes de receita para cobrir gastos excedentes a aqueles vinculados no orçamento para o período da gestão pública;
- Direcionar adequadamente os recursos para as esferas de competência, respeitando a legislação e não excedendo gastos de uma área em detrimento a outra;
- Diminuir a corrupção presente nas contas públicas que, anteriormente à LRF, eram maquiadas, alteradas ou não possuíam ferramentas que identificassem a transparência nos gastos;
- Evitar o endividamento dos entes públicos, com a passagem de cargo para futuras gestões sem o acúmulo de dívidas e comprometimento do orçamento pelo gestor anterior;
- Possibilitar a punição de administradores que desviam, roubam, fraudam ou cometem qualquer ato ilícito em relação às contas públicas.
Dessa forma, conhecer quais são os objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal permite não apenas o bom trato administrativo-financeiro no Poder Executivo, como também uma melhor imagem da gestão – seja pelo Presidente da República, pelos governadores dos estados ou pelos prefeitos dos municípios.
Por que a Lei de Responsabilidade Fiscal existe?
A Lei de Responsabilidade Fiscal existe para diminuir o desequilíbrio fiscal, e as situações em que os gastos são superiores às receitas do município. Essa situação era bem comum, até pouco tempo, fazendo com que os municípios tenham uma saúde financeira bem negativa, muitas vezes até mesmo comprometendo a economia geral do país. A inflação, as taxas de juros mais altas, são alguns exemplos dessas consequências, em um escopo um pouco maior.
Portanto, a própria capacidade de o município de atender os seus moradores pode ser um pouco prejudicada. Afetando até mesmo as capacidades fundamentais, como a educação, a saúde e a segurança. Esse impacto é ainda maior nas partes mais pobres da população, que acabam não tendo as condições de reverterem a situação por si só.
Sobretudo isso significa que os governantes precisam de maneiras de se organizar e de auxílio para gerir o patrimônio público, de modo que estes estejam protegidos contra esses problemas financeiros resultantes de desequilíbrios. Isso significa abordar alguns conceitos principais como a gestão das receitas e do patrimônio, além de formas para evitar o endividamento.
Para isso, a Lei de Responsabilidade Fiscal Municipal aborda uma série de princípios e normas que deve ser cumpridas, e que ajudam a alcançar este objetivo. Alguns dos principais são:
- Limites para gastos pessoais;
- Limites para o endividamento público;
- Definição de metas fiscais anuais;
- Mecanismos de compensação para despesas permanentes;
- Mecanismos de controle financeiros em anos de eleição.
O objetivo dessas normas e leis tem como principal propósito ajudar a organizar a gestão financeira do Brasil. Decerto através da disciplina e do controle fiscal, é esperado um aumento da disponibilidade de recursos e uma melhoria geral na gestão.
O Planejamento para Cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal
Para conseguir cumprir os objetivos e as normas estabelecidas pela LRF, é necessário bastante planejamento. Para ajudar nisso, existem algumas outras Leis que ajudam os governantes municipais a cumprir os objetivos maiores propostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
A primeira é a Lei de Diretrizes Orçamentária. Elaborada a cada ano, seu objetivo é estabelecer os parâmetros para a construção do orçamento do próximo ano. Parte de como isso é feito é através da implementação das metas fiscais. Para fazer isso é preciso conter:
- As metas anuais;
- A avaliação do cumprimento das metas do ano anterior;
- A evolução do patrimônio público;
- A estimativa e compensação da renúncia fiscal.
A partir desse processo é determinada então, a Lei Orçamentária Anual. Ela combina as diretrizes da LDO com da LRF para determinar o quanto pode ser gasto pelo município a cada ano.
Tudo isso, parte do objetivo central da LRF, que é tornar o orçamento cada vez mais forte, a partir de bastante planejamento. É preciso então, entender de uma maneira um pouco mais detalhada, como essas leis são construídas. São diversos parâmetros que contribuem para essa construção, que devem ser conhecidos em mais detalhes.
As receitas na LRF
Cabe ao município, no momento da construção das Leis Orçamentárias, determinar primeiramente o valor das receitas. Isso parte de uma previsão e do arrecadamento correto de todos os impostos e tributos que serão devidos ao município. Determinar a receita através deste método, ajuda ao cumprimento das metas fiscais estabelecidas acima.
Além disso, qualquer tipo de renúncia de receita deve ser acompanhada pela estimativa de impacto que ela terá no orçamento geral estabelecido pelas Leis acima. Para cumprir com a LRF, os governantes do município devem garantir que essa renúncia foi considerada nas Leis orçamentárias. Deve existir também, alguma forma de compensação dessa renúncia de receitas.
As despesas na LRF
Em complemento às receitas, existe o outro lado da moeda: As despesas. Primeiramente, existem as despesas determinadas por Lei, as quais são fáceis de medir. Sendo obrigatórias e já determinadas legalmente, seu valor pode ser incluído no orçamento com mais segurança.
A maior dificuldade surge nas despesas que são incorporadas por parte das ações de aprimoramento governamental que os próprios líderes do município pretendem implementar. Cada uma dessas ações deve ter o seu impacto nas Leis orçamentárias bem estudado, por um período de aproximadamente 3 anos. É preciso, evidentemente, garantir que eles sejam compatíveis com a LDO e a LOA.
Todavia a administração também pode estabelecer Leis de cunho permanente, com um caráter continuado, através de uma Lei ou de um ato administrativo. Para manter o equilíbrio das contas, essas despesas devem ser compensadas pelo aumento de outras receitas, ou pela redução de outras despesas.
Na prática, a LOA deve conter demonstrativos que determinem que essa compensação pode ser feita, na prática, sem comprometer o orçamento geral. O objetivo destas medidas, é impedir que os gestores dos municípios aumentem a receita para cobrir as despesas, ao ponto em que a saúde do orçamento seja prejudicado.
As despesas com pessoal na LRF
As despesas com pessoal a serem pagas pelo município englobam todos os gastos com funcionários ativos, inativos, pensionistas e também aquelas incluídas em valores de mão-de-obra feitos por terceiros. Essa despesa é obtida somando-se a do mês de referência além dos onze meses anteriores.
Para todas as esferas governamentais existe um limite de gastos com pessoal. Para os municípios, esse limite máximo é de 60% da receita pública. Essa remuneração é dividida entre 6% para o poder legislativo e 54% para o poder executivo.
A Lei também propõe mecanismos de correção de desvios. Se a despesa total chegar a 95%, ou mais, do limite, o município precisa determinar como ocorreu o excesso. Ele pode ser, por exemplo, através da criação de um novo cargo.
A lei também determina o que deve ser feito se esse limite for ultrapassado. Se o limite for ultrapassado em um quadrimestre, o excedente deve ser eliminado nos dois próximos quadrimestres.
A dívida pública na Lei de Responsabilidade Fiscal Municipal
O conjunto de normas da LRF e das leis orçamentárias também determina o que deve ser feito em casos de dívidas públicas.
Para resolver esse problema, os limites da dívida serão fixados de acordo com a dívida do município em relação à Renda Corrente Líquida. Esse assunto é um pouco mais delicado, e deve ser tratado com mais cuidado. Geralmente, o próprio Presidente da República e o Senado trabalham para as propostas de limites das dívidas consolidadas da União, dos Estados e dos Municípios.
É preciso se fixar aos limites. Estes são baseados na receita e enquadrados nas leis orçamentárias. Caso haja um excesso, os municípios são impedidos de tomar certas ações e devem trazer o equilíbrio para as contas.
As operações de crédito na LRF
O Ministério da Fazenda é o órgão encarregado por verificar o cumprimento de todas as operações de crédito feitas pelo município, e também por quaisquer empresas controladas por eles. Assim como tudo mais, as operações de crédito também precisam estar de acordo com o estabelecido na LOA.
Neste caso, existe uma “regra de ouro” que deve ser sempre lembrada. O LRF determina que as contratações de créditos devem estar limitadas ao montante da despesa de capital. Isso quer dizer que empréstimos só devem ser destinados a gastos com investimentos.
Algumas práticas são proibidas neste escopo como, por exemplo, a captação de recursos pela antecipação de receitas que ainda não tenham ocorrido.
De maneira geral, as operações de crédito por antecipação de receita devem ser feitas apenas para atender possíveis insuficiências de caixa.
A transparência na Lei de Responsabilidade Fiscal Municipal
A implementação da Lei de Responsabilidade Fiscal nos municípios tem como objetivo trazer mais transparência para a administração pública. Essa transparência é fundamental pois:
- Firma as responsabilidades perante ao público;
- Atesta os limites e as metas;
- Justifica desvios;
- Define prazos para possíveis correções;
- Dá acesso ao público aos dados das contas públicas.
Principalmente, a transparência deve ser um ponto a ser observado e priorizado ao elaborar as Leis referentes ao orçamento do município. Isso significa a publicação e divulgação de todas as ações tomadas pelo município para a construção destas Leis. Para isso, existem as seguintes providências que devem ser tomadas:
- Escrituração das contas;
- Relatório de Execução orçamentária;
- Relatório de Gestão fiscal;
- Todos esses devem ser divulgados e disponibilizados em tempo real.
As sanções por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal
Caso não haja o cumprimento das normas estabelecidas pela LRF, existem sanções que podem ser tanto pessoais como institucionais. Um exemplo de sanção institucional é a suspensão de transferências voluntárias do município que não prever e arrecadar os impostos de sua competência. Existem ainda sanções que são aplicadas aos limites de despesas de pessoal.
Existem também as sanções pessoais. Estas são previstas em um projeto de lei chamado Leis de Crimes de Responsabilidade Fiscal. Os governantes do município podem ser responsabilizados com a perda do cargo, a inabilitação para o exercício do poder público, multas e até mesmo, prisões.
A fiscalização básica de todo esse processo se dá por parte do Poder Legislativo. Este pode fazê-lo de forma independente, ou com o auxílio do Tribunal de Contas, além dos sistemas de controle interno de cada um dos poderes, e do próprio Ministério Público.
Durante a fiscalização, os Tribunais de Contas irão alertar os poderes, ou entes da Federação devidos, de que os níveis de gastos estão próximos aos estabelecidos pela LRF. Estes tribunais também são responsáveis pelos cálculos dos limites de despesas totais de cada ente da Federação e cada Poder.
Contudo, provavelmente a maior responsabilidade de fiscalização parte do próprio cidadão, visto que qualquer pessoa pode fazer uma denúncia sobre o seu município. Por isso, sua participação é enorme.
A parte do cidadão na Lei de Responsabilidade Fiscal
A sociedade tem uma parcela de responsabilidade e o sucesso da LRF também depende dela. A Lei define como as contas devem ser divulgadas à população. Já foi dito acima que é preciso construir o relatório de gestão fiscal, para cada município, e este deve ser divulgado por meio eletrônico, e com uma linguagem bem simples de entender. Ele deve conter:
- Um comparativo de todos os limites da LRF com: as despesas totais de pessoa com destaque para inativos e pensionistas, concessão de garantias, as dívidas e as operações de crédito;
- Demonstrativos do último quadrimestre que ilustram: o montante e a disponibilidade do caixa, a inscrição de todas as despesas;
- A indicação de medidas corretivas que precisam ser adotadas.
Com essas informações, assim bem divulgadas e em uma linguagem que pode ser facilmente compreendida, a intenção é garantir que o público possa cobrar dos seus governantes com o máximo de informação.
A ideia é parecida com a estabelecida nas Leis de Transparência: trazer mais transparência e, em consequência, mais confiabilidade aos gestores políticos do município. Essa medida, gera um duplo resultado. Primeiramente, os políticos e gestores que são incapazes ou fiscalmente irresponsáveis são punidos e tem o seu trabalho avaliado. Por outro lado, os políticos que se saírem bem terão o seu trabalho recompensado e reconhecido pela população.
A própria criação da lei já demonstra a preocupação com a transparência e a participação do público na política. Esta foi elaborada por meio de uma consultoria pública, pela internet, com mais de 5.000 acessos.
A LRF e a Lei da Transparência
A lei de responsabilidade fiscal, em combinação com as Leis de transparência, apresenta uma grande mudança para a política brasileira. A preocupação cada vez maior com a inserção do público na política significa a adoção de medidas que o ajudam a ter cada vez mais informação.
Além de todas as informações ditas acima sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, existem diversas medidas bem específicas que devem ser adotadas por parte dos municípios. Especialmente os pequenos municípios, que comprimem mais de 90% das cidades brasileiras, existem certas medidas mais de acordo com o tamanho de sua população. Por exemplo, a regra geral para o cálculo de limites é a cada quatro meses, mas no caso dos pequenos municípios é a cada seis.
Portanto, é importante conhecer todas as normas estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, assim como todas as leis que envolvem o princípio da transparência.
Para garantir que o seu município esteja completamente enquadrado nestas leis, entre em contato conosco e tire todas as suas dúvidas. Essa é a melhor forma de estar sempre preparado para cumprir as suas obrigações e evitar completamente as sanções.
Conclusão
Em conclusão, a Lei de Responsabilidade Fiscal representa um marco importante na governança pública no Brasil. Sua promulgação em 2000 trouxe uma nova abordagem para a gestão fiscal, promovendo a transparência, o controle, e a responsabilidade na administração pública.
Ao longo deste post, exploramos os principais aspectos e objetivos da LRF, destacando sua influência na estabilidade econômica e no desenvolvimento sustentável do país.
É fundamental lembrar que, em um ambiente de recursos limitados, o cumprimento das regras estabelecidas pela LRF é essencial para garantir o equilíbrio fiscal e a promoção do bem-estar da sociedade.
Portanto, manter-se informado sobre essa legislação e suas implicações é crucial para cidadãos, gestores públicos e todos os envolvidos na administração dos recursos públicos.
A Lei de Responsabilidade Fiscal é mais do que apenas um conjunto de regras; é um alicerce para a construção de uma gestão pública mais eficiente e responsável, que busca o benefício de todos os brasileiros.
Especialista em Transparência Pública, foi um dos precursores do tema no mercado brasileiro, ajudando desde 2011 as entidades municipais a ter uma gestão 100% transparente. Fundador e CEO da CR2 Transparência Pública, a maior empresa do Brasil no segmento.